Avistamentos de baleias e golfinhos crescem e redesenham o litoral do Rio
O retorno das jubartes e golfinhos transforma a orla fluminense em palco de maravilhas naturais

A orla do Rio de Janeiro está vivendo um espetáculo da natureza. Nos últimos anos, moradores e turistas têm se surpreendido com um aumento notável de avistamentos de baleias jubarte e golfinhos bem próximos da costa. As cenas impressionam: grupos de golfinhos nadando ao lado das gigantes jubartes, mães e filhotes desfilando pelas águas do estado e encontros capturados por drones em Arraial do Cabo e outros trechos da costa fluminense.
Esse fenômeno não acontece por acaso. As jubartes e os golfinhos viajam milhares de quilômetros, migrando da Antártida em busca de águas mais quentes para se reproduzir e criar seus filhotes. E cada vez mais escolhem o litoral do Rio de Janeiro para fazer parte dessa jornada.
O que dizem os especialistas?
Segundo a bióloga Liliane Lodi, do Projeto Baleia Jubarte, o litoral do Rio está passando por uma recuperação histórica. As jubartes estão voltando a ocupar áreas que foram, no passado, parte importante de sua rota e reprodução. A presença de grupos reprodutivos e filhotes muito pequenos acende a esperança de que, em breve, o estado volte a ser um berçário natural dessas espécies.
Para os cariocas e visitantes, isso representa muito mais do que um espetáculo visual: sinaliza que os esforços de conservação estão fazendo efeito e que é possível, sim, transformar antigos cenários de ameaça em verdadeiros refúgios para a vida marinha.
História de ameaça e superação
Durante séculos, o litoral do Rio foi palco da caça predatória, que quase devastou as populações de baleias jubarte e franca. Até o século XX, pontos como a Pedra do Arpoador serviram como bases para observação e abate desses animais com arpões, visando extração de óleo e outros produtos. Foi só em 1987, com a Lei nº 7.643, que toda forma de caça a cetáceos foi proibida no Brasil.
Com políticas de proteção e incentivo à recuperação ambiental, a realidade mudou. O ecossistema marinho fluminense deixou de ser alvo para se tornar abrigo e agora, baleias e golfinhos retornam como símbolos de uma nova era de convivência, educação ambiental e turismo sustentável.
Muito além das baleias: golfinhos e pinguins também dão as caras
O momento é especial não só para as jubartes. Golfinhos em grandes grupos têm sido vistos nadando próximos à costa, formando verdadeiros espetáculos naturais. E ainda, pinguins vindos da Patagônia surpreendem banhistas em praias como Leme, São Conrado, Búzios e Arraial do Cabo, trazendo um toque ainda mais diverso para o litoral carioca.
Recentemente, inclusive, o resgate de um pinguim em São Conrado acendeu um alerta importante: ao encontrar animais marinhos na praia, o mais indicado é não tocar e acionar o Corpo de Bombeiros, garantindo a saúde do animal e a segurança de todos.
O cuidado começa pelo respeito ao mar
Com o retorno dessas espécies, o chamado para a responsabilidade coletiva cresce. Especialistas reforçam: sempre mantenha distância, não tente interagir ou alimentar os animais e acione autoridades em caso de necessidade. São gestos assim que ajudam a consolidar o litoral do Rio de Janeiro como espaço de convivência harmônica e respeito à vida marinha.
A cada inverno, entre junho e outubro, a costa carioca pode ser palco de encontros inesquecíveis com as gigantes do mar, que seguem até Abrolhos, principal berçário da espécie no Brasil. Cada registro vira não só motivo de orgulho, mas também oportunidade de sensibilizar moradores e turistas sobre a importância de conservar o mar para as gerações futuras.
Que esse avanço seja inspiração para transformar admiração em cuidado, responsabilidade e valorização de tudo o que o nosso litoral tem a oferecer.
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